sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Vai caminhante, antes do dia nasceeeeerrr"

Cora hoje às 05:50
:O






Aos 10 meses ela deu os primeiros passos inseguros em direção a verticalidade, os braços ficavam para o alto, buscando o novo equilíbrio necessário.
Uma semana depois os passos evoluiram para pequenos percursos entre pontos de apoio, meio de lado como um carangueijo ela parecia dançar xote, arrastando a perna direita à frente do passo.
E em alguns dias ela se aventurou a andar livremente, sem se importar com distâncias ou porto-seguro, já carregando objetos nas mãos, batendo palma, ou 'fazendo índio' enquanto caminhava.
Segundo a dinda ela agora parece Charles Chaplin com seu balancinho risível e gostoso de ver :)

décimo mês




quarta-feira, 3 de junho de 2009

'Cerimônia de nomeação' ou 'O nosso batismo'

Não somos católicos, nem profundos simpatizantes da liturgia cristã, mas da forma como compreendemos havia algo na idéia do batismo que nos parecia importante; celebrar a chegada ao mundo através da nomeação.
Sentíamos vontade de ritualizar o encontro de nossa filha com a vida do lado de fora da barriga apresentando-a em festa às pessoas, coisas, forças vísiveis e invisíveis. Optamos então por criar nosso próprio ritual, escolher um local especial para nós, alguém querido para guiar a cerimônia, e os símbolos que gostaríamos de materializar.
No dia 2 de maio de 2009, numa fonte d'água em meio à clareira da mata exuberante de Aldeia-PE (o avô paterno de Cora e toda sua família são de Pernambuco) reunimos pessoas queridas de 4 estados diferentes para celebrar o encontro de nossa filha com o tempo.
Como sinal de boas-vindas um esquilo inesperado passeou bem perto de nós e as pessoas que chegavam pela trilha contavam de um arco-iris no caminho.
Para começar, Nó, nossa incrível anfitriã e mestre de cerimônia, falou sobre os motivos daquele encontro; apresentar nossa filha ao mundo e pedir proteção, afirmar o seu nome;
do CORAção, da CORAgem, o feminino da COR, e agradecer o presente recebido.
Em seguida Érico, o padrinho, distribuiu um papel (última imagem de baixo) para que cada pessoa escrevesse algo de si para ser compartilhado com Cora, e Tiana, a madrinha, lhes entregou uma flor na qual deixariam o que não cabe na palavra.
Algumas músicas que amamos falavam durante a silenciosa concentração dos que estavam presentes. Um pouco depois alguns falaram desejando o que há de bom na vida para nossa pequena.
Era hora do padrinho recolher os papéis, colocados num baú para quando Cora souber ler e guardar, e a madrinha juntar as flores que foram sendo por ela costuradas num colar de bem-quereres.
Cora vestida de céu e já molhada (ela passou todo tempo brincando na água tentando pegar algumas flores que flutuavam na suprefície) vestiu seu colar de flores e foi gentilmente mergulhada na água. O mesmo colar foi depois entregue às aguas da lagoa, retribuição de tudo que ela recebeu e também um aprendizado do movimento de ir e vir das coisas.
Se estar naquele lugar tão bonito, cercados por pessoas amadas e celebrando a vida de nossa filha já eram motivos suficientes para nossa alegria imensa, ainda fomos coroados por um novo arco-íris entre a copa das árvores.
Neste dia o sagrado foi aqui e agora.